Autêntico ex-libris da Vila de Caminha, teve, provavelmente, duas fases de construção, a primeira das quais iniciada em 1428 e a segunda em 1488, durante o reino de D. João II. A sua construção demorou cerca de 60 anos e foi terminada já no reinado de D. Manuel I.
Com projeto do arquiteto biscainho Tomé de Tolosa e Francisco Fial, diz-se que pertence ao estilo manuelino, porque se incluí no conjunto das igrejas construídas na era de D. Manuel, mas nada, além disso, a enquadra nesse estilo.
A temática plateresca, de inspiração espanhola, está presente na decoração e na disposição geométrica dos alçados exteriores, como em todas as igrejas de artistas biscainhos.
A porta principal destaca-se pela sua decoração. É de arquivolta e está enquadrada por um alfiz com desenhos platerescos – grotescos e arabescos – e protegida por dois gigantes que seccionam a fachada em três panos, terminado em corochéus. Sobre a porta está um friso com animais fantásticos em relevo e uma rosácea.
O portal do lado sul, de grande beleza escultórica, apresenta uma porta arqueada com o mesmo tipo de decoração da principal, contendo as imagens de S. Pedro, S. Paulo, S. Lucas e S. Marcos.
No frontão podemos ver a imagem da Padroeira, Nossa Senhora dos Anjos, ou da Assunção e figuras estilizadas de anjos.
A torre, construída em 1556, é de secção quadrangular e tem 24m de altura, sendo um elemento arquitetónico arcaizante.
No interior, a estrutura é toda ela de estilo gótico nacionalizado atribuído às ordens medicantes (franciscanas e dominicanas), patente na sua tipologia de três naves, sendo as laterais rebaixadas para permitir a entrada da luz. As três naves são separadas por arcos inteiros, suportados por colunas com capitéis e plintos góticos e cobertas por tetos de madeira em forma de masseira, datados de 1565, à exceção dos da capela-mor e absidíolas que são em pedra de feição gótica.
Na abside direita está o retábulo do Santíssimo Sacramento, de talha do séc. XVII e, na esquerda, está a capela da Senhora do Rosário, sendo o retábulo de inícios do séc. XVIII.
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